Ele poderia ter sido o meu grande amor, mas preferiu ser meu grande amante. Ele poderia ter sido a minha vida, mas preferiu ser meu maior desejo. Ele poderia ter sido o meu rumo mas preferiu ser o meu desvio, o meu precipício...
Ele poderia
ter meu coração, mas preferiu guardá-lo para o próximo. Ele poderia ter
sido mais, mas preferiu ser menos a me causar dor, mais dor. Ele poderia
ter sido tanta coisa, mas preferiu ser só
ilusão. Poderia ter sido o meu livro com todas aquelas mil páginas, mas
preferiu ser o rascunho. Ele poderia ter sido só palavras, mas preferiu
ser olhar, boca, suspiro...
Ele se
transformou naquela dorzinha da agulha entrando na pele. Me fisgou com
um anzol velho enferrujado. Me faz mulher só com beijo, me deixa pálida
só com o olhar. Ele se tornou um vício gostoso, uma
bebida cara, um poster colado no teto do meu quarto. Ele poderia ter me
dado menos, ter se entregado menos, ter sido menos mas preferiu ser ele
cem porcento.
Eu poderia ter
deixado ele ficar, mas preferi deixá-lo ir. Eu poderia dizer tudo o que
eu sinto, mas preferi deixar guardado dentro da minha caixinha vermelha
de recordações. Eu poderia ter sido razão,
mas preferi ser intensidade. Poderíamos ter sido menos, mas o corpo nos
traiu e falou por nos... nossos corpos querem mais, eles querem sempre
mais...
Olha o que ele faz comigo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário