quinta-feira, 11 de julho de 2013

Ele preferiu...

Ele preferiu ser lembrança, ao invés de presença. Preferiu ser saudade, ao invés de voz no ouvido. Preferiu ser arrepio em noite fria, ao invés de ser o sol quente sob a minha pele...
Ele poderia ter sido o meu grande amor, mas preferiu ser meu grande amante. Ele poderia ter sido a minha vida, mas preferiu ser meu maior desejo. Ele poderia ter sido o meu rumo mas preferiu ser o meu desvio, o meu precipício...
Ele poderia ter meu coração, mas preferiu guardá-lo para o próximo. Ele poderia ter sido mais, mas preferiu ser menos a me causar dor, mais dor. Ele poderia ter sido tanta coisa, mas preferiu ser só ilusão. Poderia ter sido o meu livro com todas aquelas mil páginas, mas preferiu ser o rascunho. Ele poderia ter sido só palavras, mas preferiu ser olhar, boca, suspiro...
Ele se transformou naquela dorzinha da agulha entrando na pele. Me fisgou com um anzol velho enferrujado. Me faz mulher só com beijo, me deixa pálida só com o olhar. Ele se tornou um vício gostoso, uma bebida cara, um poster colado no teto do meu quarto. Ele poderia ter me dado menos, ter se entregado menos, ter sido menos mas preferiu ser ele cem porcento. 
Eu poderia ter deixado ele ficar, mas preferi deixá-lo ir. Eu poderia dizer tudo o que eu sinto, mas preferi deixar guardado dentro da minha caixinha vermelha de recordações. Eu poderia ter sido razão, mas preferi ser intensidade. Poderíamos ter sido menos, mas o corpo nos traiu e falou por nos... nossos corpos querem mais, eles querem sempre mais...
Olha o que ele faz comigo...

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